quinta-feira, 21 de outubro de 2010

NUTRIENTES NECESSÁRIOS AO AQUÁRIO PLANTADO

As planta aquáticas só podem absorver os nutrientes sob a forma iônica, com exceção do dióxido de carbono. Os ions são formados a partir da quebra de ligações eletrônicas que unem as partículas.
Antes de começar a falar sobre os principais nutrientes, é preciso lembrar da Lei de Liebig (Lei dos Mínimos), que basicamente diz que de nada adianta manter em níveis aceitáveis a condição dos nutrientes se apenas um deles não está presente em quantidade suficiente. Em outras palavras: na falta de um, os outros não servem para nada.

DIÓXIDO DE CARBONO (CO2)
De todos os nutrientes, o gás carbônico é o mais importante para as plantas. A explicação disso é simples: esse gás é a fonte primária de carbono na síntese da glicose, que acontece na fontossíntese. O carbono é utilizado na produção de carboidratos, que têm como função liberar a energia química utilizada no metabolismo das células e do organismo em geral.
Em ambientes aquáticos a quantidade de gás carbônico é maior do que na atmosfera devido à retenção do gás carbônico liberado pela respiração dos seres vivos. É sabido por todos que o verdadeiro "pulmão do mundo" nunca foi a floresta Amazônica e sim os mares, rios e lagos, que são responsáveis por 90% de todo o oxigênio lançado na atmosfera. Toda essa atividade fotossintetizante deve-se à maior concentração de CO2 nesses locais.
Ao contrário das plantas terrestres, onde a absorção de CO2 é feita através de estruturas especializadas, os estômatos, nas plantas aquáticas a absorção do gás é feita por difusão, por toda a superfície da planta. Por isso sua absorção é muito mais eficiente.
Quando a quantidade de CO2 não é suficiente, as plantas de rápido crescimento são as mais prejudicadas. Primeiro ficam com as folhas amareladas que, posteriormente, caem.
Além de ser um nutriente fundamenta, o dióxido de carbono tem a função de manter a reserva alcalina. Quando sua concentração é baixa, algumas plantas passam a abtê-lo dos bicarbonatos presentes na água, o que causa um aumento no pH devido à dissociação química que gera, além de gás carbônico, ânions OH-. Esse fenômeno é chamado Descalcificação Biogênica. É certo que isso não ocorre em aquários com poucas plantas, onde normalmente a concentração de CO2 presente já é suficiente.
O aumento do pH provocado pela descalcificação biogênica é o indicador mais simples de que as plantas precisam de mais CO2. Essa demanda de gás carbônico pode ser facilmente suprida através da injeção do gás pelos métodos já conhecidos. Mas é importante que o gás seja dissolvido na água para o seu melhor aproveitamento. Para isso, basta que se use um reator simples.

NITRATOS E FOSFATOS
Esses são os nutrientes básicos dentro de um aquário. Nitratos (NO3) fornecem grande parte do nitrogênio utilizado pelas plantas na síntese de moléculas de proteínas. Já os fosfatos (PO4) são utilizados em pequenas quantidades nos processos que exigem transferência de energia. Apesar de sua importância, a preocupação do aquarista em relação a esses nutrientes está no controle para que seus níveis não estejam em excesso. A quantidade de nitratos e fosfatos em qualquer aquário onde estejam pelo menos alguns peixes é mais do que necessário para o desenvolvimento de qualquer planta, onde estes nutrientes devem ser retirados do aquário periodicamente através das trocas parciais de água.

MICRONUTRIENTES
São os nutrientes necessários em concentrações muito pequenas na água do aquário. Embora sua quantidade seja pequena, sua importância é enorme, são imprescindíveis para o desenvolvimento das plantas. Exemplos são: ferro, manganês, cobre, molibdênio, zinco, boro, cobalto, alumínio, titânio, entre vários outros.
No aquário, a ação das bactérias sobre os dejetos, os restos de alimentos, etc, é suficiente para suprir a necessidade de micronutrientes. Porém, o ferro e o manganês ficam fora disso. O primeiro deve ser adicionado esternamente e o segundo é oxidado muito rapidamente passando para a forma insolúvel em pouco tempo. Para suprir sua necessidade, esses dois devem ser adicionados regularmente através de fertilizantes líquidos específicos.
É preciso lembrar que, apesar de todos sabermos disso, o excesso de fertilização é tão prejudicial quanto à escassez. Grande parte dos miconutrientes é tóxica em determinadas quantidades, tanto para peixes quanto para plantas.

FERRO
O ferro é talvez o micronutriente mais importante no aquário. Tem papel fundamental na fotossíntese. Porém só pode ser absorvido sob a forma de íon ferroso (Fe2+). Em contato com a água, o ion ferroso oxida passando para ion férrico (Fe3+) que também pode ser absorvido pelas plantas, mas precipita quase que instantaneamente sob a forma de óxido de ferro, a nossa velha conhecida ferrugem, que não serve para nada no aquário.
Uma forma pela qual o íon feroso permanece sob essa forma na água é através da ação de ácidos orgânicos queladores que impedem a oxidação do íon Fe2+. Porém a concentração desses ácidos é, na maioria dos aquários, insuficiente. Troncos, turfa, e materiais semelhantes aumentam a concentração de ácidos ogânicos na água, porém ainda assim sua quantidade não é bastante. a explicação é simples: esses ácidos possuem maior afinidade por outros íons, que são mais reativo que o ferro. Íons como cálcio, o magnésio, o potássio e o manganês são fixados muito antes do ferro. Por isso, a quantidade insuficiente de ácidos orgânicos tem pouca chace de quelar o íon ferroso antes que este oxide.
Problemas com a absorção de ferro podem, portanto estar relacionados à carência de íon ferroso, à falta de ácidos orgânicos ou ainda ao excesso de outros minerais.
Para driblar esse problema de fixação de Fe2+, utiliza-se o ácido etilendiaminatetracético (conhecido como EDTA) que é um excelente quelador adicionado aos fertilizantes.

quarta-feira, 13 de outubro de 2010

REPRODUÇÃO

A grande maioria dos peixes são ovíparas ou seja, a fêmea libera os ovos que são rapidamente fecundados pelo esperma ativo do macho, outros possuem fecundação interna, como os peixes viviparos. A cor tem uma função muito importante na reprodução dos peixes, sendo que os machos possuem a coloração mais forte do que as fêmeas, na maioria dos casos.

Entre os peixes ovíparos, estão os que liberam ovos e os que contrõem ninhos.

Peixes que liberam ovos
Depois de formado um casal ou um grande grupo de peixes, estes simultaneamente soltam os ovos na água que são rapidamente fecundados pelo esperma dos machos. O número de ovos geralmente é grande pois a mortalidade entre os alevinos é grande e ainda correm um sério risco de serem devorados pelos pais e por outros peixes. Os ovos neste tipo de reprodução chegam facilmente à casa dos milhões em algumas espécies. Alguns peixes que se enquadram nesse perfil são os Tetras.

Peixes que controem ninhos
Depois do namoro e formação dos pares (a maioria das epécies é monogâmica), o macho geralmente contrói um ninho que pode ser feito de um buraco escavado por ele no substrato e depois limpo pelo casal. É aí que a fêmea põe os ovos que são vigiados pelos pais que se tronam um tanto agrassivos, impedindo com grande ferocidade a aproximação de intrusos. Os peixes que constroem ninhos no substrato ou pedras, geralmente pertencem`à família dos ciclídeos como o Óscar, a Zebra etc.

Outros peixes como o Betta, pertencente à família dos anabantídeos ou labirintídeos, constroem ninhos de bolhas (feito com a saliva do macho). Depois de feito o ninho, o macho atrai a fêmea e a envolve num anel chamado de abraço nupcial, é depois desse abraço que a fêmea libera os ovos que são rapidamente recolhidos pelo macho e colocados no ninho.

Após a desova o macho expulsa a fêmea do local e fica vigiando a cria. Entre os peixes que constroem ninhos de bolhas estão o Betta, o Beijador, Tricogasters, Colisa, Peixe do Paraíso e etc, que pertencem a família dos anabantídeos.

A desova dos peixes que constroem ninhos também tem um número bastante extenso mas o fato de estarem aglomerados, facilita a fecundação e a sobrevivência é maior devido ao cuidado dos pais, por isso pode ser um pouco menos que no caso dos demais.

Mas nem todas as espécies de peixes se reproduzem da mesma forma. É certo pensar que a maioria das espécies é ovípara mas existem algumas exceções. Neste caso, estamos falando principalmente dos peixes que pertencem à família dos Poecilídeos (Lebistes, Platis, Molinésias, Espadas, Gupies, etc.).

Esses peixes são vivíparos, tendo um dimorfismo sexual bem acentuado. Geralmente as fêmeas são maiores que os machos (cerca de 20%), e não são tão bonitas quanto eles que por sua vez são mais coloridos e atraentes. Os machos possuem uma forma modificada de nadadeira anal (gonopódio), que atua como órgão copulador.

As fêmeas são capazes de guardar o esperma ativo dos machos no ovioduto o que explica a sua reprodução sem a presença do macho para uma nova cópula. A cada cópula as fêmeas não utilizam o esperma reservado, mas sim o da cópula presente. Nesse tipo de reprodução, os óvulos são fertilizados no interior do corpo da fêmea, onde os filhotes recebem também os nutrientes necessários direto da corrente sanguínea da mãe. Os filhotes rompem então a membrana do ovo ainda dentro da mãe e se dirigem para a região urogenital da mesma na hora do nascimento. Em algumas espécies a gestação das fêmeas dura de 20 a 30 dias. Mas é bom deixar claro que não existe nenhuma espécie de placenta nesses peixes.

Alguns pesquisadores preferem classificar esses peixes como ovovivíparos e como vivíparos somente algumas raras espécies, entre eleas o Tralhoto ou Quatro0 Olhos, onde os filhotes desse peixe nascem com uma aparência ainda mais próxima dos adultos e quando dentro da mãe, não possuem estrutura dos ovos.

segunda-feira, 4 de outubro de 2010

ALIMENTAÇÃO DE CICLÍDEOS AFRICANOS

Nem todos os CAs (ciclídeos africanos) alimentam-se da mesma forma, suas exigências nutricionais podem variar de acordo com a categoria que ocupam: predadores, onívoros e herbívoros. Para os predadores, uma refeição variada, com base em altos níveis de proteínas e bastante adequada. Para os onívoros uma alimentação que tenha por base, proteínas e vegetais é a mais adequada, afinal são peixes que aceitam se alimentar de tudo. Uma boa diversidade de alimentos, ou seja, um pouco de tudo é o ideal. Para os herbívoros, uma alimentação a base de vegetais é o ideal.

Existe ainda uma sub-categoria dentro da categoria dos herbívoros que se alimentam principalmente de vegetais, visto que estes, como complementação de suas dietas também se alimentam de comidas que contenham altos níveis de proteína animal, ressaltando que este tipo de alimentação somente devem ser fornecida como complemento, visto que a base de sua alimentação será de vegetais.

Para os CAs propriamente herbívoros, oferecer alimentos com altas quantidades de proteína animal não é recomendado nem como complemento. A Spirulina é um bom exemplo de ração que deve ser oferecida a estes CAs.

Os CAs têm o trato digestivo muito sensível. Facilmente nele poderão adquirir enfermidades, devido a ingestão de alimentos inadequados. Não deverão ser oferecidas grandes quantidades de alimentos, sendo aconselhável oferecer pequenas quantidades várias vezes ao dia.

Rações de bolinhas não são indicadas, no intuito de evitar que estas estufem no interior do aparelho digestivo dos CAs. Caso estas sejam utilizadas, devem ser colocadas em um vasilhame com pequena quantidade de água do aquário antes de serem oferecidas aos CAs, pois assim estas já estarão inchadas antes de serem oferecidas.

Rações em flocos são as mais indicadas, pois são de fácil digestão desde que oferecidas em pequenas quantidades.