quinta-feira, 20 de agosto de 2009

MICROVERMES


Panagrellus redivivus
O microverme, um minúsculo, quase sem cor, verme Nematóide, pode
ser achado em diversas literaturas referentes ao aquarismo sob diferentes nomes científicos como por exemplo: Turbatrix aceti, Anguillula aceti, Anguillula silusia, e mais recentemente, Panagrellus redivivus.

O popularmente chamado “microverme” tem um nome bem escolhido
para ele, uma vez que possui menos de 2,5mm de comprimento. Ele é tão pequeno de se ver que é difícil distinguir um único indivíduo a olho nú; ele é melhor visto como uma massa subindo pelas paredes do recipiente da cultura ou em uma cultura já maturada é possível ver angulando a cultura contra a luz pela sua tremulação sobre a superficie da cultura onde normalmente existem milhares deles (ou mesmo milhões). O seu pequeno tamanho o faz excelente alimento para alevinos muito pequenos de peixes ornamentais sendo uma rica fonte de proteína.
Os microvermes tem um método pouco usual de reprodução, eles são de fato ovoviviparos. A imensa maioria dos vermes recêm-nascidos é composta de fêmeas, o que potencializa a cultura a crescer rapidamente em número de indivíduos.

Uso dos Microvermes
O pequeno tamanho desse alimento vivo o faz um alimento ideal para
alevinos como já foi dito acima. Um exemplo típico de sua utilização é oferecer microvermes pela manhã e náuplios de artemia à noite. Devido ao seu diminuto tamanho, não é possível ou prático se oferecer microvermes a peixes adultos.

Recipientes para a Cultura
Pequenos potes plásticos brancos são ideais para acomodar as culturas.
O tamanho pode ser de cerca de 10cm e não é necessário que sejam muito profundos uma vez que serão acomodados utilizando uma profundidade de apenas 2cm. A razão pela qual é desejável que os vasilhames sejam de cor clara é a facilidade maior de visualizar e coletar os indivíduos para oferecer aos peixes quando estes sobem pelas paredes do recipiente sob a forma de pequenas massas. (O tradutor tem obtido melhores resultados em recipientes rasos de margarina ou manteiga desses que se acham facilmente em qualquer supermercado e que todos nós normalmente temos em casa, mas os mesmo devem estar bem lavados e totalmente livres da margarina ou manteiga).

Método de Cultivar
Uma cultura de inicialização pode ser obtida de algum aquarista conceituado ou piscicultura que normalmente as tem para a venda através da Internet, ou de um aquarista amigo.
Ao contrario dos Vermes de Grindall ou das Enquitreias, os microvermes não são cultivados em um solo ou turfa composta; eles literalmente moram na sua própria comida. Esta comida é a farinha de aveia(que o tradutor acha mais fácil diluir em água), ou aveia em flocos finos a qual se deixa empapar em água esperando um pouco para para que essa possa ser absorvida pelos flocos. A pasta final (aveia+água) deve ter a consistência do mel, ou no máximo da pasta de dentes, essa consistência deve permitir que os vermes se movimentem livremente pela massa da cultura.
Para fazer o meio da cultura deve-se proceder da seguinte forma: Despeja-se farinha de aveia em um recipiente de plástico ou de vidro e aos poucos vai se adicionando a água até ficar na consistência do mel, se ficar ralo demais acrescenta-se um pouco de aveia, se espesso demais , coloca-se mais água até atingir a consistência ideal.
Depois vai-se distribuindo a massa final nos recipientes finais até atingir uma profundidade de 2cm (O tradutor recomenda que se faça assim pois tem obtido maior sucesso).
Pinga-se 2 gotas de Vitagold, polivitaminico utilizado para aves, pois as vitaminas serão absorvidas pelos vermes tornando-os um alimento ainda mais nutritivo.
A cultura inicial de microvermes é então adicionada a esta pasta. Guarde a cultura em local escuro pois os vermes não se dão bem em abiente claro, a temperatura ideal está entre 23° a 26°.
Temperaturas menores serão toleradas embora os vermes sob essas condições se reproduzirão menos rapidamente.
Em dois dias a superfície da cultura poderá ser vista se movendo, e com
o auxilio de uma lupa poderão ser vistos os centenas de pequenos vermes que estarão à tona.

Coletando e Renovando a Cultura
Os vermes não deverão ser coletados até que eles sejam vistos em massa subindo pelas paredes do recipiente. A coleta pode ser auxiliada por um pequeno pincel comum de artista que é delicado o suficiente para coletar a massa sem tocar no meio da cultura que possui aveia e que poderia poluir a água do aquário.
Ofereça aos alevinos chacoalhando o pincel com os microvermes em um
pequeno recipiente com água e depois servindo aos alevinos jogando essa água no tanque deles. Os pequenos microvermes serão vistos descendo para o fundo do aquário e mesmo antes já serão devorados pelos alevinos que os adoram como alimento. Após alguns minutos será possível observar (quem tem bom olho ou com um auxilio de lupa) centenas de microvermes tremulando no fundo do aquário e levam muito tempo para morrer quando lá estão. Os alevinos nesse momento estarão próximos ao fundo catando esses microvermes que estão no chão do aquário.
Lembre-se de novo :nunca coloque o pincel dentro da cultura de microvermes para servi-los pois isto poluiria a água do aquário com a aveia da cultura, o que pode matar os sempre frágeis alevinos.
Microvermes são quase tão fáceis de engolir pelos alevinos quanto os
nauplios de artêmia, fazendo deles uma boa alternativa para serem oferecidos aos alevinos alternando com os nauplios. É possivel manter uma cultura produtiva por até duas semanas e é fortemente recomendado que se tenha várias. Se perceber que a superfície da cultura está ficando seca, borrife um pouco de água com um borrifador de plantas. Abra a cultura diariamente para que haja uma renovação de ar nela.
Culturas que estão progredindo bem possuem um ligeiro cheiro doce e
limpo. Culturas velhas possuem um cheiro forte de cerveja, indicando já forte fermentação, e possuem uma coloração escura, quando chegam nesse estágio, apesar de haverem ainda muitos vermes, eles param de subir pelas paredes do recipiente. Como já foi dito antes, é necessário que se tenham várias culturas e de preferência que se faça uma nova a cada semana. Culturas já maturadas e sem aparente função não são inúteis. Basta manter-las abertas que moscas do genero Drosophila depositarão seus ovos nela e irão nascer centenas de larvas delas que parecem uma espécie de verminho maior, e gordinho e podem ser oferecidas aos peixes adultos uma vez que são extremamente nutritivas.

ACARÁ DISCO


Nome Cientifico - Symphysodon Discus.

É um ciclídeo originário da região amazônica.
Aquário ideal - para Acaras discos, sugiro de 100 litros para cima, com 4 à 5 discos jovens no máximo.
Solo do aquário - pode ser um aquário liso (sem nada, só o vidro), desse modo as trocas de água seriam diárias, trocas parciais de 10 a 20% do aquário. Ou pode ser um solo de areia, areia de rio (fina), compre a areia de rio neutra desse modo as trocas de águas parciais seriam 1 ou 2 vezes na semana, entre 10 à 20% da água do aquário. (troca-se menos, por causa da grande quantidade de biologia formada pela areia).

Obs: nas trocas de água, entre com uma água sempre de boa qualidade, sem metais pesados e cloro.
Temperatura ideal - 28/30 graus (existem aquecedores com termostato, para manter sempre a mesma temperatura).
pH ideal - 5.5 a 6.5 (pode-se adquirir o acidificante e teste de pH em qualquer loja de aquário).

Água mole (grau de dureza 01/03) sem metais pesado e cloro (de preferência água filtrada).

Obs: água da rua já é mole (só que tem cloro e metais pesados, que não é bom para o Acará Disco - procure elimina-los).
Filtragem - Sugiro na parte interna do aquário um filtro de esponja , e na parte externa um filtro externo ou um fluval, vai depender do tamanho do aquário e quantidade de peixes.
Alimentos - Tetra Color Bits, Sera Discus granulat, Disco Bits, Patê, Artêmia, Blood Worns e enquitreia.

segunda-feira, 17 de agosto de 2009

A IMPORTÂNCIA DA QUARENTENA

Todo peixe é susceptível a doenças e adquirem-nas com certa facilidade em aquário, devido ao tamanho extremamente reduzido desse ambiente. Peixes saudáveis já apresentam maior resistência natural contra diversos seres invasores. Porém, quando sob certas circunstâncias, essa resistência cai e é nesse momento que seu organismo fica exposto a diversos agentes etiológicos que só estavam esperando por uma oportunidade como esta.
Transporte, variação nos parâmetros da água, má qualidade da água, incompatibilidade de peixes, entre outros, estressam os peixes, baixando assim, sua resistência natural. Nos aquários das lojas, na maioria das vezes, os peixes sofrem de pelo menos 2 desses fatores, e estão sempre muito estressados, por isso estão bem susceptíveis a contrariar diversos tipos de doenças.
Devido a isso que não podemos introduzí-los diretamente em nossos aquários, estabilizados e livres de parasitas. Antes de introduzí-los, devemos dar um período para que possíveis doenças se manifestem antes e assim, possamos tratá-los, se preciso. Esse período é chamado de quarentena e o aquário onde se passa esse período, chamamos de aquário-quarentena (AQ).
Como o peixe permanecerá por um tempo considerável nesse aquário (mínimo de 6 semanas), devemos ter todo o equipamento necessário para a manutenção dos peixes. Filtros, aquecedores... A única diferença do AQ para o aquário principal (AP), é a falta de ornamentos, substratos, etc. Isso, para facilitar sua manutenção e limpeza. Ele também não deve ser muito pequeno (pelo menos 50 litros, para peixes pequenos-médios).
Um dos problemas dos aquários de quarentena, é que normalmente não ficam funcionando direto (são desmontados na ausência de peixes). Por isso, não costuma ter as bactérias benéficas em quantidade significativa (essas bactérias começam a fazer efeito a partir de 6 semanas. O aquário só estabiliza em aproximadamente 6 meses), assim, toda a amônia formada não pode prosseguir no ciclo do nitrogênio e resultar em nitrato que não é tão tóxicos aos peixes. Uma característica das bactérias, é que se fixam em qualquer superfície de contato no aquário. Usamos cerâmicas e outros objetos porosos para sua fixação, para que haja maior superfície de contato onde as bactérias possam se fixar. Assim, em menor volume, tem-se um maior número de bactérias. Para que haja uma formação rápida de uma colônia de bactérias no AQ, basta então transferir as bactérias do AP (já estabilizado) para o AQ. Para transferir, podemos usar os elementos filtrantes do AP, no AQ. Não precisa nem usá-los, basta "lavá-los" dentro da água do AQ, que no meio das "sujeiras", haverá milhões de bactérias benéficas, que se fixarão no seu filtro, outra forma é manter um filtro de esponjas no AP, para que quando preciso, tenha uma boa quantidade de bactérias para transferir para o AP, mesmo assim, lembre-se que ainda não há a quantidade de bactérias necessárias, que só com o tempo se formarão, mas dessa forma já se evitaremos possíveis desastres.
Durante a quarentena, os peixes devem ser observados atentamente, diariamente. Procure manter a rotina e tipo de alimentação, temperatura, pH, etc, semelhantes aos do AP, para que já possam ir se acostumando. Esse período também é bom, para o fortalecimento dos peixes, já que na maioria das vezes, chegam fracos da loja. Mesmo que nada de anormal aconteça nas primeiras semanas, deve-se aguardar o período mínimo, já que há ciclos de parasitas que levam várias semanas e por isso, podem demorar a se manifestar.
Caso apareça algum sintoma, é preciso diagnosticar rapidamente e iniciar o tratamento. Quanto antes começar o tratamento, maiores são as chances de recuperação. O peixe deve ser tratado nesse mesmo aquário, que chamaremos agora de aquário-hospital (AH).
No AH, os parâmetros da água já não precisam ser iguais aos do AP, mas sim, ideais para o combate à doença, principalmente com relação à temperatura. A limpeza do aquário também deve ser feita com mais freqüência e é recomendável aumentar a oxigenação do aquário, ou seja, no AH, é necessário cuidado especial para com a qualidade da água, que é um fator determinante para o sucesso de qualquer tratamento, aliás, manter a qualidade da água é o melhor tratamento profilático contra doenças.
Tendo a certeza de que o peixe está totalmente curado, voltamos ao período de recuperação – quarentena (pelo menos mais duas semanas após a cura), mas num estágio mais avançado, onde se inicia o processo de introdução do peixe ao AP.
No entanto, mesmo após a quarentena, é preciso ter atenção aos peixes novos. Todos os peixes interagem com uma grande quantidade de microorganismos, incluindo alguns agentes etiológicos, porém, esta população é controlada e não consegue afetar o peixe, devido a um fator já discutido, sua resistência natural. O problema é que essa resistência é diferente em cada peixe e não sabemos como os microorganismos dos peixes do AP, interagirão com os peixes novos, a recíproca também é válida, então a quarentena não garante total sucesso na introdução de novos peixes, mas já ajuda bastante pois estes não estarão introduzindo novos agentes etiológicos no AP, ou pelo menos não tantos como estariam sem a quarentena. Aquaristas mais exigentes chegam a, no final da quarentena, introduzir dois peixes do AP no AQ e observar as suas reações na presença dos microorganismos presentes nos peixes novos que já estavam no AQ, evitando assim expor todo o sistema já estabilizado que existe no AP.
O processo de adaptação para o AP, consiste em realizar trocas parciais, usando a água do AP como a de reposição. Se os parâmetros das águas dos 2 aquários não estiverem muito diferentes, a transferência pode ser feita no mesmo dia. Do contrário, é melhor fazer no dia seguinte.
Seguindo todo esse processo, dificilmente terá problemas com peixes recém chegados ao AP. O risco de doenças também é muito menor. Lembre-se, todo peixe carrega consigo, bactérias e outros microorganismos, e muitos deles poderiam fazer mal a ele, mas num aquário estabilizado, sob condições ideais, dificilmente irão causar problemas. Somente quando há condições para o desenvolvimento desses seres, é que conseguirão vencer o sistema imunológico dos peixes. Por isso devemos sempre manter o aquário em boas condições.
Enfim, o aquário de quarentena, não é um artigo opcional, ou de luxo. É um básico do aquarismo, que deve ser considerado um equipamento integrante do aquário principal assim como um filtro ou aquecedor, por exemplo. Sem ele, arriscamos a vida de toda a população do aquário.

CICLÍDEOS AFRICANOS - ALIMENTAÇÃO

Nem todos os CAs (Ciclídeos Africanos) alimentam-se da mesma forma, suas exigências nutricionais podem variar de acordo com a categoria que ocupam: predadores, onívoros e herbívoros. Para os predadores, uma alimentação variada com base em altos níveis de proteína é bastante adequada. Para os onívoros, uma alimentação que tenha por base proteínas e vegetais é muito adequada, afinal são peixes que aceitam se alimentar de tudo, vamos dizer assim. Uma boa diversidade de alimentos, ou seja, um pouco de tudo é o ideal.
Para os herbívoros propriamente ditos, o adequado seria uma alimentação com base vegetal.
Existe ainda, vamos dizer assim, uma subcategoria dentro da categoria dos herbívoros. Esta é composta de herbívoros que se alimentam principalmente de vegetais. Principalmente de vegetais quer dizer que, como complementação de sua dieta, podemos fornecer comidas que possam conter altas quantidades de proteína animal. Como por exemplo os booldworms, microworms, tubifex, dáfnias... Contudo, vale lembrar que tal alimentação deve ser oferecida esporadicamente, somente como complemento. A base é uma alimentação vegetal.
Para CAs propriamente herbívoros, oferecer alimentação com altas quantidades de proteína animal não é recomendado. Nem como complemento. Para os CAs herbívoros propriamente ditos, rações seguras são as que têm, predominantemente, base vegetal. Spirulina é um bom exemplo...
E por que tudo isto? O que uma alimentação inadequada pode causar?
CAs têm o trato digestivo muito sensível. Facilmente nele poderão adquirir enfermidades devido à decomposição de alimentos inadequados, através da digestão e da excreção. Além do que foi dito, outras observações podem ser dadas para se evitar uma alimentação inadequada aos CAs.
Não oferecer grandes quantidades. O oferecimento em grande quantidade vai estufar o peixe, podendo provocar irritação estomacal e até explosão do mesmo... E isto com certeza não é legal! Imaginemos que comêssemos sem parar até o nosso limite ou um pouco mais além dele... O que aconteceria? Com certeza não iríamos nos sentir bem, poderíamos ter azia, vomitarmos e até mesmo ter complicações mais graves... Assim, pequenas quantidades devem ser oferecidas várias vezes ao dia.
Para alimentar os CAs com comida congelada, primeiro a descongele totalmente e depois a separe em pedaços pequenos. Pedaços muito grandes, que possam empanturrá-los, prejudicando seu aparelho digestivo sensível, não são bem vindos. Não esquecendo de oferecer pouca quantidade mais vezes ao dia.
Para darmos rações em forma de bolinhas aos CAs, algumas precauções devem ser tomadas. Tais rações tendem a inchar quando expostas a líquidos. Assim, se os CAs as comerem antes de totalmente infladas, elas com certeza começarão a inchar no próprio aparelho digestivo deles, e como comentei anteriormente, por eles terem o trato digestivo bastante sensível, o segredo é não empanturrá-los e fornecer uma alimentação correspondente às suas necessidades... Desta forma, distensões, irritações, e até casos mais graves, como rompimento de alguns órgãos, poderão ser evitados. Para utilizarmos rações em bolinhas, primeiro é necessário que as deixemos inchar totalmente em um outro lugar, para somente depois dá-las a nossos CAs.
Observação: Para inflar tais rações, utilize água tratada. Ou seja, com um vasilhame pequeno, retire um pouco de água do aquário e coloque as bolinhas para inchar. Só depois de totalmente inchadas ofereça a seus CAs.
Flocos é o alimento ideal, pois promovem digestão rápida e, desde que dados em poucas quantidades por vez, não estufam ou fartam o peixe.
Agora você deve estar se perguntando: "Qual a melhor dieta para meus Ciclídeos Africanos?" Para isso, segue abaixo uma lista dos principais gêneros e suas dietas.

1) Quanto ao Lago Victoria, serão citados 3 gêneros que, ao meu ver, são os mais conhecidos :
Haplochromis: herbívoros principalmente, mas que aceitam complementações com base em altos níveis de proteína animal.
Nyererei: predadores
Astatotilapia: onívoros

2) Quanto ao Lago Malawi, primeiramente as espécies serão divididas em Mbunas e Não Mbunas: Dentre os Não-Mbunas, vou citar os seguintes gêneros que, a meu ver, são os mais conhecidos:
Aulonocaras: predadores
Copadichromis: predadores
Cyrtocara: predadores
Dimidiochromis: predadores
Nimbochromis: predadores
Otopharynx: predadores
Aristochromis: predadores
Bucchochromis: predadores
Champsochromis: predadores
Chilotilapia: onívoros
Copadichromis: predadores
Cytocara: predadores
Dimidiochromis: predadores
Exochochromis: predadores
Fossorochromis: predadores
Maravichomis: predadores
Nimbochromis: predadores
Nyassachromis: predadores
Otopharynx: predadores
Placidochromis: predadores
Protomelas: predadores
Sciaenochromis: predadores
Taeniochromis: predadores
Tyrannochromis: predadores
Dentre os Mbunas:
Cyahtochromis: herbívoros totalmente
Cynotilapia: onívoros
Genyochromis: predadores
Gephyrochromis: herbívoros totalmente
Iodotropheus: onívoros
Labeotropheus: herbívoros totalmente
Labidochromis: herbívoros principalmente, mas que aceitam complementações com base em altos níveis de proteína animal.
Maylandia: herbívoros totalmente.
Melanochromis: herbívoros principalmente mais aceitam complementações com base em altos níveis de proteína animal.
Metraclima: onívoros
Petrotilapia: herbívoros totalmente
Pesudotropheus: herbívoros totalmente

3) Quanto ao Lago Tanganyika:
Altolamprologus: onívoros
Aulonocranus: onívoros
Asprotilapia: onívoros
Astatotilapia: onívoros
Baileychromis: onívoros
Benthochromis: onívoros
Boulengerochromis: onívoros
Callochromis: onívoros
Cardiopharynx: onívoros
Ctenochromis: onívoros
Cunningtonia: onívoros
Cyathopharynx: herbívoros somente
Chalinochromis: onívoros
Cyphotilapia: onívoros
Cyprichromis: onívoros
Xenotilapia: onívoros
Eretmodus: herbívoros principalmente, mais aceitam complementações com base em altas níveis de proteína animal.
Ectodus: onívoros
Enantiopus: onívoros
Greenwoodochromis: onívoros
Gnathochromis: onívoros
Julidochromis: onívoros
Lamprologus: onívoros
Lepidiolamprologus: onívoros
Limnochromis: onívoros
Limnotilapia: onívoros
Microdontochromis: onívoros
Neolamprologus: onívoros
Ophthalmotilapia: onívoros
Oreochromis: onívoros
Paracyprichromis: onívoros
Perissodus: onívoros
Petrochromis: onívoros
Pseudosimochromis: onívoros
Reganochromis: onívoros
Simochromis: onívoros
Tangachromis: onívoros
Tanganicodus: onívoros
Telmatochromis: onívoros
Trematochromis: onívoros
Triglachromis: onívoros
Tropheus: estritamente herbívoro
Tylochromis: onívoros
Variabilichromis: onívoros
Xenochromis: onívoros
Xenotilapia: onívoros

4) Outros Ciclídeos Africanos:
Pelvicachromis ( gênero este do qual o Kribensis faz parte): onívoros

CICLÍDEOS AFRICANOS

A família Cichlidae sempre despertou um grande fascínio no mundo do aquariofilismo, talvez pelo comportamento peculiar ou então pelo colorido exuberante de seus membros, dentre eles, ao longo dos anos, os ciclídeos originários dos lagos africanos se tornaram alvos da admiração e dedidação de aquaristas de todo o mundo, sendo os peixes que mais se aproximam dos coloridos peixes marinhos, mas manter um aquário de Ciclídeos africanos, requer certas atenções especiais, que não são observadas em outros tipos de aquários, então vamos saber o que é necessário para se obter sucesso na manutenção desses famosos peixes, da maneira mais simplificada possível.

QUANTO AO PH E ÀS DUREZAS:
Para um aquário composto por habitantes do Lago Tanganyika, devemos manter o pH aproximado entre 8,5 a 9,2. Quanto à dureza total, ela deverá variar entre 11 a 17 dH, e a dureza em carbonatos, entre 16 a 19 dH.
Para montarmos um aquário com habitantes do Lago Malawi: Quanto à composição química da água com relação ao pH, deveremos ter uma variação entre 7,5 a 8,5. Quanto à dureza total da água, esta poderá encontrar-se entre 4 a 6 dH. Enquanto que dureza em carbonatos poderá encontrar-se por volta de 6 a 8 dH.
Para quem quiser montar um aquário com os habitantes do Lago Victoria, o pH da água deverá encontrar-se, em média, entre 7,5 a 8,5. Sua dureza em carbonatos deverá variar entre 2 a 8 dH, enquanto que sua dureza total poderá variar entre 4 a 6 dH.

Contudo, uma observação é válida: a maioria dos Ciclídeos Africanos é bastante flexível com relação as suas preferências quanto às Durezas da água, especialmente se foram criados em cativeiros. Todavia, dificuldades poderão ocorrer quanto à procriação de algumas espécies se os padrões de Durezas não corresponderem aos presentes em seus habitats naturais.
Outra observação pode ser feita. Embora não sejam rigorosos os critérios quanto às Durezas, também é sabido que se estas forem mais ou menos seguidas, proporcionarão às espécies cores mais vivas e brilhantes, maior expectativa de vida, maior resistência a doenças e um desenvolvimento em geral mais adequado.

QUANTO À ALCALINIZAÇÃO E AO ENDURECIMENTO DA ÁGUA:
Para alcalinizar e endurecer a água do aquário, deixando-a própria aos Ciclídeos Africanos, você poderá optar por:
a) utilizar um substrato que proporcione a alcalinização da água;
b) utilizar rochas que proporcionem a alcalinização da água;
c) utilizar produtos químicos. Aqui vale uma observação: o aquarista poderá utilizar apenas 1 desses 3 artifícios, 2 desses 3 artifícios ou mesmo os 3 artifícios ao mesmo tempo. Não haverá problema algum nessas mesclas. O que deverá ser levado em conta é a qualidade da água ideal para constituirmos um habitat saudável para nossos Ciclídeos Africanos.

QUANTO AO SUBSTRATO:
Quanto ao substrato, o aquarista poderá optar por dois tipos:
a) os neutros, ou seja, que não alcalinizarão a água. Estes poderão ser: - Areia de piscina- Pedras de rio em forma de substrato, com qualquer tipo de granulometria.
Obs.: Se os seus Ciclídeos Africanos apreciarem mexer ou cavar muito no substrato, e você se incomodar com isto, o melhor será optar por um substrato mais graúdo, pois só assim a decoração tenderá a ficar no lugar.
b) os que especificamente alcalinizam e endurecem a água. Entre as inúmeras variedades que existem, pode-se citar algumas mais comuns:
- African Cichlid Mix: substrato específico para Ciclídeos Africanos que alcaliniza e endurece a água;
- Halimeda (esqueleto calcáreo de algas marinhas): alcaliniza e endurece a água;
- Aragonita (mineral composto em sua fórmula por Carbonato de cálcio) em granulometria ideal para compor substratos: alcaliniza e endurece a água;
- Dolomita (mineral composto em sua fórmula por Carbonato de cálcio e Carbonato de magnésio) em granulometria ideal para compor substratos: alcaliniza e endurece a água, porém com o tempo perderá estas suas propriedades. Devendo ser assim, substituída por um novo substrato dolomita.
- Conchas (invólucro duro e calcáreo de certos animais, principalmente moluscos) pequenas ou moídas: alcalinizam e endurecem a água, porém com o tempo perderão estas suas propriedades.
Devendo ser assim, substituídas por um novo substrato de conchas.
E QUANTO À QUANTIDADE DE SUBSTRATO: este poderá alcançar no aquário, em média, uns 5 a 7 cm de altura.

QUANTO À DECORAÇÃO:
É importante que os aquários montados para abrigar as espécies de Ciclídeos Africanos, contenham rochas. E por que isto? Porque em seu habitat natural, os Ciclídeos Africanos habitam áreas com um relevo montanhoso e rochoso. Portanto, paredões, aglomerados, ou tudo nesse sentido que sua imaginação puder construir, serão muito bem-vindos e apreciados por estas espécies. E quais os tipos de rochas adequadas? Citemos alguns exemplos, mas as variedades são muitas:
Seixos de rio, que proporcionam um pH neutro;
Pedras calcáreas em geral, que alcalinizarão e endurecerão a água.
E por que tais pedras têm estas propriedades? Porque são constituídas de Carbonato de cálcio e/ou de Carbonato de magnésio, sob a forma de Calcita, Aragonita ou Dolomita.
Citemos alguns exemplos mais comuns destas pedras: a própria pedra Dolomita, a própria pedra Aragonita, o Mármore, o Alabastro, a Marga, etc.
Uma dica: Para que as rochas, posteriormente, não desmontem dos aglomerados que viermos a construir com elas, poderemos colá-las, umas às outras, com silicone próprio para o uso em aquários. Assim, pouparemos trabalho nosso na construção de tais tocas novamente, evitaremos quaisquer rachaduras nos vidros que os seus desmoronamentos poderão vir a causar, bem como possíveis ferimentos nos peixes.
Além das inúmeras variedades, confeccionadas para todos os gostos, de decorações neutras normalmente utilizadas em aquários de água doce comuns, e que também poderão fazer parte da decoração de aquários para Ciclídeos Africanos, existem aquelas que poderão ser utilizadas, além da finalidade de embelezamento do aquário, com o intuito de proporcionar alcalinização e endurecimento de sua água. Podemos citar como exemplos: objetos para aquários que contenham Halimeda, objetos para aquários em cimento (pois o cimento corresponde a um pó que é obtido com a trituração de calcáreos), conchas, etc. Corais mortos poderão também fazer parte de nossa decoração.

QUANTO À ALCALINIZAÇÃO E ENDURECIMENTO POR MEIO DE PRODUTOS QUÍMICOS: Para alcalinizarmos a água:
a) Poderemos utilizar produtos especializados no mercado para isto, denominados de alcalinizantes;
b) Ou, além desta primeira opção, poderíamos utilizar Carbonato de sódio ou Bicarbonato de sódio (que é obtido a partir da reação de Gás carbônico com Carbonato de sódio).

Para aumentarmos a dureza total:
a) Poderemos utilizar sais específicos para Ciclídeos Africanos;
b) Ou poderemos aumentar a dureza em carbonatos e/ou a dureza em não carbonatos da água. Pois ambas, juntamente, compõem a chamada dureza total.

E para aumentar a dureza em não carbonatos: poderemos utilizar Sulfato de cálcio e/ou Sulfato de magnésio.

E para aumentar a dureza em carbonatos:
a) Poderemos utilizar Carbonato de cálcio (ou Bicarbonato de cálcio) e Carbonato de magnésio (ou Bicarbonato de Magnésio).
b) Ou, preferindo, poderemos utilizar algum produto tamponador industrializado, à venda no mercado de aquarismo.
Obs.: Um mesmo valor na escala de Dureza total poderá ser alcançado através de mais de uma combinação, quanto à quantidade, desses sais de Sulfatos e Carbonatos na água.

A dosagem para aplicação desses sais não é certa. Portanto, aplique-os aos poucos e vá medindo as alterações até que estas alcancem a escala desejada. Por precaução, não realize mais do que uma alteração por dia.

QUANTO À FILTRAGEM:
O sistema de filtragem ficará ao gosto do aquarista. Contudo, o ideal é a utilização de uma filtragem que rode 5 a 7 vezes por hora o volume total do aquário.
Uma observação: a qualidade da água é muito importante, melhor dizendo: é ESSENCIAL. Pois é dela que o animal dependerá 24 horas por dia, 360 dias por ano, para sua sobrevivência, adequado desenvolvimento e manutenção. Portanto, para que a qualidade da água estabeleça-se e um ecossistema saudável possa ser mantido, entre outros fatores, necessária será uma boa filtragem.

QUANTO À MANUTENÇÃO:
Manter um aquário com Ciclídeos Africanos não exigirá do aquarista maior trabalho ou mais "dificuldades" do que a manutenção de um aquário “normal”. E quando se fala isto, quer-se dizer:
a) que trocas, exatamente como são feitas em outros tipos de aquários, deverão ocorrer semanalmente, quinzenalmente ou mensalmente, e nas proporções correspondentes à vontade e ao gosto do aquarista, ou em relação à necessidade particular que cada aquário contém;
b) que a água para reposição deverá ser desclorada ou condicionada (com um produto que retire o cloro, cloramina e qualquer metal pesado que a água venha a possuir) e devidamente equilibrada, conforme os parâmetros do aquário, quanto ao pH e às durezas;
c) que a limpeza dos vidros, pedras ou objetos, para fins estéticos, deverá ser realizada toda vez que, ali, houver algum aparecimento de algas.
Por falar em algas, vale à pena comentar: é “lenda” dizermos que aquários onde são mantidos Ciclídeos Africanos, propiciam o surgimento das mesmas. O surgimento de algas nada tem haver com o tipo de peixe criado num aquário, e sim com excessos de exposições à luz, solar ou artificial, deficiências de uma forma geral com relação à conservação ou manutenção do aquário, excessos na alimentação das espécies, ou mesmo com relação à quantidade de peixes no aquário mantida.

QUANTO À ILUMINAÇÃO:
Necessária não será uma iluminação durante longos períodos, bastando 2 a 3 horas de incidência de luz nos aquários de Ciclídeos Africanos. Pois em seus habitats naturais, a média de incidência de luz solar direta corresponde a esta mesma quantidade supra-referida. A quantidade de Watts a ser utilizada pode ser pouca. A regra geral de mais ou menos 1 Watt por litro não é necessária, contudo, se o aquarista assim desejar, poderá ser utilizada. O critério com relação à quantidade de luz ficará mais ao gosto do próprio aquarista.
O tipo e a tonalidade das lâmpadas poderão ser quaisquer, ficando também ao gosto particular esta escolha.
O aquarista também poderá utilizar, ao invés de lâmpadas, a iluminação natural, ou seja, poderá deixar o aquário em um local iluminado. A partir daí, quando for dia o aquário terá claridade e quando for noite, não.

QUANTO À TEMPERATURA:
Para um aquário com habitantes do Lago Malawi, a temperatura deverá em média estar entre 23 a 28° C.
Para um aquário com habitantes do Lago Tanganyika, a temperatura deverá variar em média entre 23 a 27° C.
Para um aquário composto por habitantes do Lago Victoria, a temperatura poderá variar entre 23 a 28° C.

QUANTO À UTILIZAÇÃO DE PLANTAS:
Quaisquer plantas poderão ser utilizadas num aquário que comporte Ciclídeos Africanos, desde que consigam resistir aos níveis de pH e durezas específicos a esta Família.
Também a flora necessitará ser resistente, pois muitos Ciclídeos Africanos adoram cavoucar, mexer ou mesmo empilhar o substrato. Portanto, para que as plantas não sejam totais e periodicamente desenterradas e, por conseqüência, danificadas, algumas medidas poderão vir a ser tomadas, como por exemplo, *a colocação, ao redor de onde estas plantas forem enterradas, de um substrato que possua uma granulometria graúda. Este evitará que os Ciclídeos Africanos tenham força para ali remexer.
Outra, porque algumas espécies possuem hábitos herbívoros, as plantas poderão ser facilmente beliscadas ou comidas. Portanto, tais espécies não deverão ser adquiridas se for desejo do aquarista manter algum tipo de plantas no aquário.

ESCLARECIMENTOS FINAIS:
As espécies de Ciclídeos Africanos, de uma forma geral, caracterizam-se pela resistência. Portanto, desde que mantidas em aquários adequados, desde que devidamente alimentadas e desde que o aquário receba as corretas manutenções, dificilmente adquirirão doenças. Ciclídeos Africanos estão acostumados a águas movimentadas, portanto, quanto a isto não haverá "problemas" na hora da utilização de aeradores. Claro, sem exageros!!!

MONTAGEM DO AQUÁRIO PASSO A PASSO

Aquário
O tamanho aceitável do aquário para se iniciar este fantástico hobby deve ser de mais ou menos uns 60cm.Um aquário de 60 cm não ocupa muito espaço, não é muito pesado, não fica demasiado caro e fundamentalmente é mais simples de manter estável.

Filtro
Os peixes, como qualquer ser vivo têm necessidade de um ambiente limpo e livre de poluição. Num aquário o responsável por manter a água em condições é o filtro, que deve ter uma capacidade em L/h de cerca de 2 a 5x o numero de litros que o aquário leva e que normalmente é de um dos seguintes tipos:

Interno: É um filtro que se coloca no interior do aquário. São normalmente baratos, embora tenham uma eficiencia de filtragem reduzida e deve ser limpo todas as semanas.

Externo (tipo mochila/cascata) : os filtros tipo mochila (HOB) são filtros que se penduram no aquário ficando o corpo do filtro no exterior. São mais eficientes que os internos e um pouco mais caros. Têm o inconveniente de poderem causar algum barulho de água a cair e de não se adaptarem a aquários que precisem de estar tapados. A limpeza dos filtros de mochila ocorre de 15 em 15 dias ou de 3 em 3 semanas.

Externo (balde) : Os filtros externos de balde são os reis dos filtros. Altamente eficientes, capazes de filtrar o aquário e manter uma colónia de bactérias em boas condiçoes. São normalmente bastante caros, aumentando o preço com a capacidade de filtragem. Os intervalos de limpeza variam desde 1 a 3 meses, dependendo da quantidade e tipo de peixes no aquário.

Termoestato
O termoestato tem como objectivo manter a temperatura da água agradável para os peixes. É necessário em aquários de peixes tropicais e por vezes até em aquários de água fria pois mesmo sendo peixes de água fria, muitos não se sentem bem com temperaturas abaixo de 18ºC. O termoestato deve ter uma potencia entre 0,5 e 1W por cada litro de água, depende essencialmente se a divisão em que o aquário vai ficar é muito fria ou não.

Iluminação
A iluminação permite-nos ver os nossos peixes, simular a variação entre o dia e a noite e claro está, fornecer luz às plantas aquáticas. Também aqui existem valores de referência e a iluminações deve rondar os 0,5 a 1W por litro de água, dependendo fundamentalmente das plantas que vamos ter. Se não quizermos plantas então uma iluminação fraca chega, desde que dê para ver os peixes.

Substrato
O substrato é o fundo do nosso aquário. Pode ser areia fina, pode ser areão grosso, podem ser substratos especiais para plantas. Devem-se evitar os substratos coloridos com cores fortes pois perturbam os peixes e dão um ar muito artificial a algo que se quer o mais natural possivel. A areia/areão pode ser recolhida na natureza, devendo ser bem lavada e fervida antes de colocar no aquário. Tendo todo o material básico pronto e instalado é hora de meter a água no aquário e passar a tópicos mais avançados.

Quimica da água
- Ciclo do azotoEste é um factor muito importante que a maioria dos novatos descura. O ciclo do azoto é o responsável pela manutenção de todas as condições de vida no aquário. No fundo o que o ciclo faz é converter a amônia resultante da urina dos peixes e dos processo de decomposição em nitritos e posteriormente em nitratos. Esta conversão fica a cargo de bactérias que no inicio de vida de um aquário não existem ainda em quantidade suficiente e que precisam de tempo para se estabelecerem. O ciclo inicia-se normalmente colocando UM peixe no aquário e monitorizando os niveis de amónia, nitritos e nitratos.O ciclo termina quando após ter existido um pico de amónia, seguido por um de nitritos , a amônia e os nitricos atingem valor 0 e os nitratos apanham um pico.

Quimica da água
- Testes. Falou-se anteriomente de amônia, nitritos, nitratos. Estes valores são medidos com recurso a testes quimicos. Existe uma grande quantidade de testes no mercado, alguns fundamentais, outros nem por isso. Assim temos como fundamentais/aconselhados:
PH - Este teste mede o nivel de acidez/alcalinidade. O ph determina o tipo de peixes e também o grau de toxicidade da amônia, é por isso um teste fundamental.
NH3/NH4 - Este teste mede a amônia no aquário. É fundamental.
NO2 - Teste de nitritos. Não é fundamental porque com o de amônia e o de nitratos podemos controlar bem o fim do ciclo do azoto.
NO3 - Teste de nitratos. Fundamental. O nivel de nitratos diz-nos quando devemos fazer TPA's e ajuda a perceber fenomenos como booms de algas , etc. Depois temos outros testes que se utilizam em estágios mais avançados no hobby:
KH - Mede a dureza carbonatada. Este teste permite saber se a nossa água tem uma dureza carbonatada elevada. Águas com muita dureza carbonatada têm PH elevado e torna-se dificil de o fazer baixar.
GH - Mede a dureza da água. Este teste permite saber se a nossa água é muito ou pouco mineralizada. Alguns peixes preferem águas muito mineralizadas, outros preferem água muito pouco mineralizadas. Peixes Bom... chegando aqui, depois de já ter comprado todos os equipamentos, feito o ciclo e percebido os testes, chega a hora de pensar nos peixitos.Normalmente aqui o pessoal estampa-se de novo porque compram olhando à beleza e fazem misturas "indevidas" ou colocam peixes a mais. Uma das regras pilar deste hobby indica que devemos ter uma relação de 1cm de peixe adulto por cada litro de água. Assim um peixe de 5cm em adulto precisa de 5l de água, o que significa na prática que 10 peixes de 5cm "enchem" um aquário de 60cm (têm cerca de 52 a 54L). Importante é que os peixes a colocar sejam compativeis e se dêm bem com a água que temos, mas quanto a isso nada melhor que perguntar por aqui no blog.

quinta-feira, 13 de agosto de 2009

ÍCTIO

Parasita que aparece, em geral, em baixas temperaturas. O ciclo do Ichthyophthirius multifiliis é simples e fácil de ser interrompido. Ele infesta o peixe, alimenta-se de seus fluídos corporais, forma cistos (os pontos brancos) que se rompem, liberando-o na água, onde ele geralmente vai para o substrato e se reproduz, voltando a contaminar novos hospedeiros. Na ausência de hospedeiros ou com temperatura superior a 28 graus Celsius, ele sobrevive apenas 48 horas. Há várias formas de tratamento:

a) elevação da temperatura do aquário para 30 graus Celsius;
b) eplicação de sal grosso para churrasco (uma colher de sopa para cada 10 litros de água);
c) remédios encontrados à venda em lojas do ramo.

Qualquer um dos tratamentos acima indicados têm grandes chances de êxito. Por ser o íctio uma doença muito simples, ele só levará um peixe à morte caso não sejam tomados os devidos cuidados em alguns dias.

TUBERCULOSE - DOENÇA CAUSADA POR BACTÉRIA

A tuberculose pisciária é comumente chamada de barriga seca. Como agentes patogênicos, podemos ter diversas bactérias, como a Nocardia asteroides ou outras do gênero Mycobacterium: M. tuberculosis piscium, M. poicilothermorum, M. marinum, M. fortuitum, M. balnei e M. fortentum.
A melhor maneira de evitá-las é deixando os peixes bem alimentados, uma vez que a doença só costuma atacar peixes mal alimentados, com saúde debilitada. O surgimento do principal sintoma (barriga murcha) é lento, de forma que quando nota-se algo, normalmente a doença já está em estado avançado. Outros sintomas são degenaração na coluna vertebral, fraqueza no corpo, lesões na pele e perda de cores.
Como prevenção, temos a alimentação balanceada para os peixes. Em casos de peixes doentes, devemos isolá-los, para evitar a propagação da doença (como na maioria das doenças). O tratamento consiste em deixar a temperatura menor que 22ºC ou maior 30ºC, pois entre estas temperaturas as bactérias reproduzem-se rapidamente. Além disso, a qualidade da água é importante, com uma boa aetação e filtragem. Ministre uma alimentação adequada, rica em proteínas (de preferências alimentos vivos) e aplicar algumas doses de bactericidas.
Algumas substâncias para o tratamento:
Substância : Estreptomicina
Dosagem : 50mg/l
Aplicação : Banho prolongado

Substância : Kanamicina
Dosagem : 20-50mg/l
Aplicação : banho ou 0.01% na alimentação

Substância : Aureomicina
Dosagem : 26mg/l
Aplicação : em banhos

Estudos recomendam tomar cuidado ao manipular peixes e água contaminados pela doença, uma vez que pode haver contaminações, gerando dermatite na mão dos humanos. Deste modo, cuidado com ferimentos e cortes nas mãos.

HIDROPSIA - DOENÇA CAUSADA POR BACTÉRIA

Também chamada de ascite infecciosa, a hidropsia consiste em um acúmulo de líquido seroso em uma cavidade ou no tecido subcutâneo. O principal sintoma, quase inconfundível, é o grande volume do peixe, ficando este inchado, com as escamas laterais eriçadas, podendo formar até 80º com o seu corpo. É causada por uma bactéria, a Psedomonas punctata, que ataca os peixes ornamentais em cativeiro. A cura é muito difícil e cara, de forma que o mais comum, na maioria dos casos, é descartar o peixe. É comum em anabantídeos e ciprinídeos, principalmente. O tratamento é feito na base de antibióticos, bactericidas muito potentes. Pode ser utilizado clorafenicol, encontrado facilmente em farmácias, uma cápsula para 20 litros de água.
Este documente teve

CUSTOS

Ao se analisar os custos do aquarismo, há três etapas básicas a se considerar: capital inicial, povoamento e manutenção.
Na primeira etapa, capital inicial de instalação, há gastos basicamente com equipamentos e acessórios. Aí entram o aquário, móvel, filtros, bombas, substratos, termômetros, redes, enfeites e alguns testes e corretivos que devem ser inicialmente comprados, como o anti-cloro (caso a água a ser utilizada contenha cloro, é imprescindível) e teste de pH, amônia, nitritos, nitratos (não são imprescindíveis, mas são importantes). Os custos desta etapa vão depender completamente do tamanho do aquário escolhido, sendo proporcional a este.
Para um aquário de 70 x 40 x 30 cm (aproximadamente 84 litros brutos), que é de um bom tamanho para início, equipado com filtro biológico de fundo, bomba submersa, cascalho natural, termômetro digital, rede média e com um teste de cloro, o custo fica em torno de R$ 100,00 (este custo pode variar de cidade para cidade e de loja para loja).
Na segunda etapa, povoamento, há gastos com peixes e plantas. Nessa fase, não podemos fazer uma análise genérica dos custos, uma vez que há peixes que variam de R$ 0,30 (peixes simples) a mais de R$ 500,00 (peixes raros e/ou campeões de concursos). De modo geral, em nossas lojas podemos encontrar peixes que vão de R$ 0,50 a R$ 50,00.
Para o aquário acima, povoado com cerca de 20 peixes simples, como molinésias, platis, guppies, espadas, mato-grossos, neons, rodóstomos, peixes-lápis, barbos e limpa-vidros (não necessariamente juntos, pois alguns são incompatíveis), que variam de R$ 0,50 a R$ 2,00, o custo fica por volta de R$ 20,00. Aconselho, porém, que as compras de peixes sejam feitas pouco a pouco (em média, 5 espécimes por semana, até alcançar o número de peixes desejado. Atenção para não superpovoar seu aquário).
Para mesmo aquário, povoado com 10 ciclídeos africanos (auratus, lombadois, kribensis, socolofis, julidochromis, etc.), que variam de R$ 1,50 a R$ 5,00, o custo com peixes ficaria em torno de R$ 30,00.
Se fizermos deste aquário um aquário amazônico, com 2 discos, 10 neons, 10 rodóstomos e alguns pequenos cascudos, o custo pode ficar em torno de R$ 60,00.
Com as plantas, os preços também variam muito (embora não tanto quanto os dos peixes), podendo cada pé custar de R$ 0,04 (elódeas, egérias, cabombas, rabos de raposa, etc) a R$ 10,00 (plantas grandes, como anúbias e lagenandras).

Para o aquário acima, o custo de um bom número de plantas (elódeas, amazonenses, higrófilas, bacopas e valisnérias) fica em torno de R$ 8,00.Na terceira etapa, manutenção, há gastos com medicamentos, testes, corretivos e alimentação. Além disso, há o gasto com energia elétrica. Para o aquário acima, o gasto mensal fica em torno de R$ 10,00 (ração, alimentos vivos uma vez por semana, trocas de água de 15% semanais e uma bomba submersa). Este custo pode ainda ser reduzido com a criação de alimentos vivos e a fabricação de patês feitos com restos de comida de casa. Vale a pena lembrar que os custos acima são para o aquário citado, em sua configuração econômica (sem fazer uso de tampas, aquecedores, filtros externos e iluminação). Esta configuração permite que você possa criar sem grandes transtornos seus peixes inicialmente.
Este custo ainda pode cair, para o caso de um aquário menor ou ser elevado, com a aquisição de um grande número de acessórios, disponíveis no mercado.Como pôde-se notar, um aquário não é tão caro quanto parece. Se comparado com outros animais de estimação ou outros hobbies, sem dúvida alguma, é um dos mais econômicos.

KINGUIOS

"Os kinguios e sua manutenção em aquários ornamentais. Guia básico."

Por Marcelo Jorge Gonçalves da Cunha.
Sem dúvida nenhuma o kinguio, mais popularmente conhecido como japonês, ou dourado, é o peixe ornamental mais conhecido no mundo. Tem-se notícia de que os orientais já mantinham kinguios em aquários desde 618 a.C. Sendo certo que existem documentos sobre sua criação datados de 479 d.C.A palavra kinguio, traduzida do japonês para o português significa peixe vermelho. Seu nome científico é Carassius auratus (Linneu), sendo originário da China, pertencendo à família dos ciprinídeos, que é a mais numerosa em espécies de peixes de água doce. Em razão da sua difusão, os kinguios possuem várias denominações populares no mundo todo, sendo conhecidos também como Cauda de Véu, Véu de Noiva, Peixe Japonês, Peixe Vermelho, Japonês, Dourado, Pimpão, Poisson Rouge (França), Goldfish (Estados Unidos da América) e Pesci Rossi (Itália).Em razão da sua criação seletiva por muitos psicultores de todo o mundo, podemos dizer, sem medo de errar, que os kinguios possuem variações de cores e formatos praticamente infinitos. Existem os kinguios coloridos comuns, facilmente encontráveis em qualquer loja, e os kinguios de raça, que são extremamente caros. Por razões óbvias, sugerimos que um tanque decorativo residencial seja apenas habitado por kinguios comuns. Vamos deixar os kinguios de raça e caros para os psicultores profissionais.Apesar de toda a sua popularidade, entre os aquaristas iniciados e experientes, encontramos muitas resistências aos kinguios. Alguns dizem que ele é um peixe de principiante, muito fácil de manter. Outros dizem que ele é um peixe de água fria, que não pode ser mantido em locais de clima quente. Outros ainda o repudiam por considerá-lo um peixe de tanques externos e lagos de jardim, não sendo próprio para aquários ornamentais.Não tenho a pretensão de desmentir nenhuma destas opiniões. O meu objetivo, pura e simplesmente, é difundir o resultado das minhas pesquisas e das minhas experiências no manejo diário do meu aquário decorativo - onde só mantenho kinguios - a fim de fornecer algumas dicas básicas para aqueles que, como eu, são admiradores desta espécie de peixe e pretendem se iniciar na sua manutenção, uma vez que não conheço na literatura aquarística brasileira uma obra completa sobre os kinguios.Por tratar-se de um guia básico, não pretendo discorrer sobre procedimentos relacionados à reprodução destes animais. Bem, vamos dividir a montagem do tanque em três etapas. A primeira etapa é a escolha do tanque, do sistema de filtragem e oxigenação, do substrato, da iluminação adequada e das plantas. A segunda etapa trata da ciclagem do tanque, depois de montado, bem como dos procedimentos necessários para que a água fique nas condições ideais para os kinguios. A terceira e última etapa diz respeito à escolha dos peixes, seu comportamento e sua alimentação.Iniciando a primeira etapa, quanto ao tanque, sugerimos que ele seja o maior possível, pois os kinguios crescem e se desenvolvem proporcionalmente ao espaço que possuem para nadar. Quanto mais espaço, maior ficará o peixe. Mas considerando que este artigo limita-se a aquários decorativos residenciais, sugerimos a utilização de um tanque de 80 x 30 x 40 centímetros. Neste tanque poderemos manter adequadamente 6 kinguios. Encontre o local definitivo para o tanque antes de montá-lo. Procure um local que receba luz natural, sem receber sol direto, longe de aparelhos eletro-eletrônicos e distante do barulho excessivo. O sistema de filtragem mais barato e que possui boa eficiência é o filtro biológico de fundo, com a utilização de uma bomba submersa com mangueira venturi. Deve-se escolher um modelo de bomba que tenha uma capacidade de processamento proporcional à capacidade do tanque, existem muitas opções no mercado. Desta forma, podemos conseguir um excelente nível de filtragem e de oxigênio dissolvido na água. Ao falar sobre o comportamento dos kinguios, veremos que estes dois aspectos são de vital importância na sua manutenção. Como substrato sugerimos que seja utilizado cascalho de pedra rolada (conhecido como cascalho de rio), que não altera o pH da água, além de proporcionar uma aparência bem natural ao tanque. Se quiser utilizar pedras use - com moderação - aquelas do tipo dolomita (pedras brancas conhecidas como pedras- de- fogo). Uma pequena quantidade delas proporciona uma leve alcalinização na água, além de um belo efeito visual. Quanto à iluminação, sugerimos a utilização de uma lâmpada tipo grolux ou aquarilux de 25 W. Este tipo de iluminação realça as cores dos peixes, além de acalmá-los, proporcionando também bom resultado no desenvolvimento das plantas, se utilizado adequadamente. Por isso, sugerimos que a iluminação do aquário fique acesa de 8 a 12 horas por dia. As melhores plantas para aquários decorativos de kinguios são as valisnérias, echinodorus, cabombas e elódeas. Não precisa plantar o aquário demais, utilize o seu gosto pessoal e bom senso. O kinguio não é um peixe tímido que gosta de se esconder atrás da vegetação, pelo contrário, gosta de comer a vegetação. Por isso não vou condenar aqueles que desejem utilizar plantas plásticas artificiais em seus tanques. Existem no mercado modelos que são muito semelhantes às naturais e de muito bom gosto. O mais importante, em se tratando de kinguios, é que duram para sempre. A utilização de plantas naturais, sem dúvida, é uma opção mais inteligente, visto que oxigenam a água e funcionam como excelente indicador da qualidade da mesma. Quando alguma coisa não vai bem, as plantas logo apresentam alguma anormalidade. Entretanto, podem trazer doenças para o seu aquário, uma vez que cedo ou tarde os kinguios vão comê-las e você terá de substituí-las com certa regularidade. A cada substituição a nova planta introduzida no aquário deve ser adequadamente desinfetada. Utilize os desinfetantes encontrados em lojas especializadas. Seguindo às instruções da bula do produto não precisará temer doenças trazidas por plantas.Bem o seu tanque já está montado, agora vamos tratar da ciclagem, das condições da água, e, finalmente da escolha dos peixes. Ao montar o tanque, procure utilizar-se de um produto desclorificador e que remova os metais pesados utilizados para o tratamento da água potável fornecida nas grandes cidades. Existem muitas opções no mercado. Deixe o tanque em repouso durante 20 dias com a filtragem ligada. Durante este período haverá sua estabilização, chamada de ciclagem, com o desenvolvimento parcial das bactérias que serão as responsáveis pela filtragem biológica. Durante este período verifique a média da temperatura da água, o ph, a dureza, bem como os níveis de nitritos e nitratos. Não se preocupe como o aquecimento, pois os kinguios não precisam dele se a temperatura mínima da água registrada durante o ano for superior a 5ºC, são considerados peixes de água fria. As condições ideais da água para manutenção de kinguios são: temperatura de 5 a 25ºC, água mole com DH 0-2 e pH de 6,8 - ligeiramente ácido - a 7,2 - ligeiramente alcalino. Sendo considerado ideal o pH 6,8. Se tiver problemas com o seu pH, poderá usar tamponador químico que o mantém fixado em 7.0, existem inúmeros produtos de boa qualidade nas lojas especializadas. Seu uso deverá acompanhar as instruções da bula. Mas o tamponador deverá ser introduzido no tanque antes dos peixes, preferencialmente. Creio que os níveis de nitritos e nitratos, após 20 dias de ciclagem, não serão problema para você. Se forem, as causas da anormalidade têm de ser descobertas e solucionadas antes da introdução dos habitantes do aquário.Bem, partindo da premissa de que tudo está bem, vamos à escolha dos peixes. Você possui um tanque ideal para a manutenção de 6 kinguios. Resista à vontade de superpovoar o aquário e limite-se a esta quantidade. Escolha os exemplares mais coloridos, mais brilhantes e que estejam com as suas nadadeiras abertas e inteiras. As opções são infinitas, utilize o seu gosto pessoal e procure adquirir exemplares com mais ou menos 6 meses de idade, ou seja, com cerca de 5 centímetros de tamanho. Procure, se possível, adquiri-los na mesma época, isto facilita a adaptação do grupo ao novo ambiente. Os kinguios são peixes dóceis, calmos, amigos e até indefesos. Interagem mais com o aquarista do que os peixes tropicais em geral. Com algumas semanas de convívio já deverão estar comendo na sua mão e lhe "reconhecendo" quando você se aproximar do aquário. A alimentação deverá ser bem variada. Eles aceitam bem artêmias salinas vivas, pedaços pequenos de carne de camarão do mar cru, alface e espinagre crús picados, além de alimentos secos em geral. A alimentação seca deve ter sua base nos tipos peletizados, especializados para kinguios, sendo que a ração flocada deve ser também específica para este tipo de peixe. Lembre-se, os kinguios não são peixes tropicais. Devem ser alimentados duas vezes ao dia, em quantidade suficiente para ser consumida em 3 minutos. Uma dica: procure alimentar os peixes com os alimentos naturais pela manhã e com os secos à tarde. Isto melhora a assimilação das proteínas e demais nutrientes pelos kinguios. Estes peixes sujam muito a água, pois fuçam o substrato do aquário, arrancam e comem as plantas. A sujeira também decorre da consistência pastosa de suas fezes. Por isso a filtragem do aquário deve ser forte, com bastante aeração, ao contrário dos tanques convencionais. A manutenção do tanque deve ser exatamente a mesma dos aquários decorativos em geral, com troca parcial semanal de 10% da água e sifonagem do fundo de 10 em 10 dias. No alto verão, quando a temperatura da água ultrapassar os 27ºC não se esqueça de aumentar a aeração da água, de modo que os peixes não fiquem boquejando na superfície, e jamais deslique a filtragem dos aquários à noite.Boa sorte.
Marcelo Jorge Gonçalves da Cunha é advogado e aquarista há 18 anos. Cria kinguios, acarás bandeira e bettas.

SUBSTRATO

Uma grande dúvida entre os aquaristas é sobre o que usar como fundo no seu aquário e quais os efeitos disso na sua água. Primeiramente é bom lembrar que o substrato tem várias funções:

a) Estética: serve como elemento decorador, uma vez que traz um belo efeito visual ao aquário.

b) Fixação: serve como base de fixação para as plantas aquáticas, de onde algumas delas retiram o alimento.

c) Nessecidade para peixes: serve para reduzir o stress dos peixes, dando-os idéia de segurança. Alguns deles põem suas ovas em buracos no substrato, enquanto outros enterram-se ou constroem túneis.

d) Filtração: serve de morada para colônias de bactérias desnitrificantes, que participam ativamente do ciclo do nitrogênio, convertendo substância tóxicas aos peixes em outras menos tóxicas (filtragem biológica da água).

No aquarismo doce, costuma-se usar dois tipos de substrato: areia e cascalho, dependendo do resultado que se deseja obter, dos peixes mantidos, entre outros fatores.

Areia
O uso da areia não é muito comum. Costuma ser utilizada apenas em casos especiais, como na criação de arraias, uma vez que outro substrato pode feri-las facilmente. Tem a desvantagem de poder se compactar, prejudicando a penetração das raízes das plantas (para evitar isso, costuma-se revolvê-la um pouco). Além disso, a circulação de água pelo substrato é muito pequena e não se pode usar filtro biológico de fundo com todas as vantagens deste.

Cascalho
Utilizado pela grande maioria dos aquaristas, o cascalho traz algumas vantagens com relação à areia. A mais clara é o fato de propocionar o uso de filtro biológico de fundo no aquário, método de filtragem muito comum, fácil, barato e eficaz.

Nas lojas especializadas, é possível encontrar vários tipos de cascalhos, com os mais diversos aspectos, colorações e peculiaridades.

Há alguns itens a se observar:

a) Tamanho do cascalho: deve-se escolher um de tamanho médio (1 a 5 mm). O cascalho pequeno oferece o mesmo problema da areia: compacta-se, impedindo o enraizamento das plantas e o fluxo de água. Além disso, impossibilita o uso de filtro biológico de fundo. Cascalho grande, por outro lado, prejudica as plantas (suas raízes não conseguem empurrar os pesados grânulos), além de deixar passar as partículas de alimento que caem. Desse modo, os peixes não podem ingeri-las e elas acabam deteriorando-se no substrato, reduzindo a qualidade da água. Além disso, a área de contato para a instalação das colônias de bactérias desnitrificantes é reduzida e as plantas não conseguem "empurrar" o cascalho com suas raízes.

b) Tipo do cascalho: deve-se tomar muito cuidado com o tipo do cascalho, pois cada um deles age de forma particular sobre a qualidade de água. A dolomita, por exemplo, alcaliniza e endurece a água facilmente, assim como cascalhos ricos em pedaços de concha e rochas calcáreas.Há cascalhos coloridos artificialmente que desprendem tinta quando colocados na água.

Outros contêm pontas, de modo que podem facilmente ferir os peixes, podendo ocasionar fungos. Por essas razões, aconselhamos a utilização de cascalho rolado de rio, pelo fato de não alterar o pH, dureza e nem a qualidade da água além de, na minha opinião, ser o mais bonito.

ESCOLHA DO AQUÁRIO

Em geral, a escolha de um aquário varia em função de três fatores:
o local (espaço) disponível para instalá-lo;
os peixes escolhidos;
as condições financeiras (dinheiro que se está disposto a investir no hobbie).

De modo genérico, quanto maior o aquário, melhor. Primeiramente, é possível pôr uma maior quantidade e variedade de peixes e plantas. Em segundo lugar, o fator mais importante, quanto maior o volume de água, esta altera suas características com menos rapidez. Dessa forma, é necessário trocá-la com menos freqüência, o que reduz possíveis choques que pudessem ser sofridos pelos peixes.
Tem-se que levar em conta que após instalado, o aquário não pode ser transportado cheio (no máximo ele pode ser arrastado cuidadosa e vagarosamente). Em caso de colocá-lo em alguma estante, deve-se ter certeza de que esta suporta seu peso e lebrar-se de deixar um espaço entre a tampa e a prateleira superior (pelo menos 10 cm), para que se possa tirar a tampa e retirar algum peixe morto ou doente ou fazer alguma alteração na decoração.

Quanto à forma do aquário, este deverá ter a maior superfície líquida possível, para que as trocas gasosas sejam satisfatórias (a água libera CO2 e recebe O2 pela superfície. Por essa razão, a água deve estar em movimento). Não são aconselháveis aquários do tipo globo, pois quando cheios, a superfícies de contato é pequena. O tipo de aquário mais indicado é o retangular, que tem uma área superficial adequada. Em um aquário de água doce a proporção peixe/volume de água pode ser maior, sendo este tipo o mais adequado para principiantes. Quanto à obtenção do aquário, é aconselhável que este seja adquirido em uma loja do ramo.

AQUECIMENTO

Dependendo das espécies criadas, pode ser necessário aquecimento. Este, comumente, consiste na introdução de um aquecedor, de preferência com um termostato, além de um termômetro, para verificar as medidas. De modo geral, uma temperatura situada entre 24ºC e 28ºC é suportável para os peixes. Assim, só se faz realmente importante o aquecimento na manutenção de peixes tropicais a uma temperatura abaixo de 24ºC, ou em condições especiais. Estas podem estar entre as seguintes:
a) Presença de peixes que requerem temperaturas elevadas, como o Symphysodon discus (acará disco), média de 28ºC - 30ºC.
b) Presença de filhotes, quando se deseja que eles tenham um rápido crescimento, uma vez que a temperatura aumenta o metabolismo.
c) Infestações por doenças sensíveis a altas temperaturas, como o Ichthyophthirius multifiliis (íctio), que não suporta temperaturas superiores a 30ºC.
d) Presença de peixes em fase de desova, que pode ser estimulada por aumento na temperatura.

Termômetro
Um termômetro é um dispositivo capaz de medir a temperatura de um meio em um determinado momento. Há vários tipos de termômetros. Em aquarismo, utilizam-se dois tipos, basicamente: o comum (semelhante ao clínico) e o digital.
O termômetro comum consiste em um tubo de vidro, dentro do qual há um tubo mais estreito, com um líquido colorido (mercúrio, em geral) e uma escala numérica. A medida é feita com base na dilatação do líquido.
Quando a temperatura sobe, o líquido se dilata mais rápido que o tubo. Comparando-se a altura de sua coluna com a escala numérica, tem-se o valor da temperatura.
Pode ser utilizado solto no aquário ou preso ao vidro com uma ventosa, por dentro.
O termômetro digital consiste em uma fita adesiva com um sistema de cristal líquido, que permite medir a temperatura das superfícies em contato. A leitura é feita diretamente, uma vez que o aparelho mostra o valor propriamente dito em uma escala numérica e de cores.
Atenção: a medição pode ser afetada pela incidência direta de raios solares.

Obs.: em aquários grandes, é aconselhável o uso de mais de um termômetro, em locais diferentes, devido às variações da temperatura da água.

A ÁGUA

A boa qualidade da água é o segredo do sucesso no aquarismo, uma vez que a maioria dos peixes depende completamente dela para sobreviverem, incluindo alimentação, respiração e reprodução. Deste modo, todo o sistema estará comprometido caso a água não esteja limpa e compatível com os espécimes mantidos.
A água utilizada em aquário na verdade é uma solução de sais minerais e outras substâncias em água, e não apenas H2O. Dependendo da concentração de cada substância, variam características como pH e dureza.
A água utilizada em aquário é proveniente principalmente dos rios e lagos, que correspondem a cerca de 3% da água do planeta. Dessa pequena quantia, grande parte está comprometida devido à poluição, razão pela qual deve-se tomar cuidado com a água a ser posta no aquário. Se poluída, ela poderá trazer danos irremediáveis.
Aconselho utilizar água a mais pura (sem poluentes) possível, de preferência de poços artesianos. Água da chuva é boa apenas em regiões de ar não-poluído e após algum tempo chovendo, uma vez que a chuva, ao cair, arrasta consigo partículas do ar que podem contaminá-la. Em caso de utilização de água de torneira, deve-se tomar o máximo cuidado com o cloro, uma vez que é altamente tóxico para os peixes, matando-os em cerca de uma a duas horas. No mercado, há kits capazes de testar e retirar o cloro da água, os quais são recomendados. Basta misturar o anti-cloro com a água e em cinco minutos, esta já está livre do cloro.
pH
O potencial hidrogeniônico, mais conhecido como pH, mede a alcalinidade de um meio. Sua escala vai de 0 a 14. Entre 0 e 7, o pH é ácido, 7 é neutro e entre 7 e 14, alcalino (básico). Pode ser calculado pela fórmula: pH = colog[H+], onde [H+] é a concentração dos cátions H+ na solução.

Cada espécie aquática tem um pH considerado ideal, onde ela exerce todas as suas atividades sem problema algum. Isso não quer dizer que uma espécie, se colocada em um pH diferente do seu ideal, irá perecer. Na realidade, pouquíssimas mortes de peixes são causadas por pH. Nesse tópico, o que é perigoso é a sua variação, mesmo que seja retirando um espécime de um pH e colocando-o no seu ideal.
Deste modo, caso você tenha um peixe em um pH não-ideal, é preferível deixá-lo onde está (caso ele esteja vivendo bem) a tranferi-lo para uma água de pH ideal sem cuidado algum. Caso tenha que transferir um peixe, faça o seguinte:
Ponha-o em um saco, com a água do aquário onde ele está;
Deixe o saco boiando por 5 minutos na nova água (para que a temperatura possa se equalizar);
Ponha lentamente (a cada 5 minutos) um pouco da água nova no saco onde o peixe está;
Quando o saco já estiver cheio, solte o peixe.
Esse processo lhe assegurará uma mudança lenta e gradual do pH para o peixe, livrando-o de possíveis seqüelas, sendo válido também para peixes recém-adquiridos.